A geração de energia fotovoltaica caminha numa crescente sem volta. Vantagem pela economia financeira e benefício para o meio ambiente pelo impacto ambiental praticamente inexistente. Atualmente a produção de energia própria beneficia cerca de 407 mil consumidores, gerando mais de 3,9 gigawatts (GW), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Seguindo esse ritmo de crescimento, estima-se que a potência instalada chegue a 10.000 megawatts (MW) até o ano de 2029, conforme estima o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE).
Muitos são os benefícios, mas você conhece as peças que integram um sistema e como funciona? Geralmente só identificamos que uma residência utiliza energia solar quando visualizadas placas “azuizinhas” no telhado. Mas como funcionam?
Identificadas como células fotovoltaicas são responsáveis por captar a energia do sol e transformar em energia elétrica. Geralmente em tom de azul, pois é a cor que melhor apresenta eficiência na conversão da energia solar para elétrica.
Esse processo de geração de energia solar pode parecer um processo simples, mas a mágica acontece com o sol quando incide sobre a célula transformando a radiação em dois efeitos: o fotoelétrico e fotovoltaico. “A célula fotovoltaica tem uma tensão e uma corrente elétrica, a exemplo de uma bateria”, explica Lucas Adriano Maciel dos Santos auxiliar de laboratório na Renovigi.
PROCESSO DE INSTALAÇÃO
Vamos imaginar que você solicitou um orçamento para o credenciado mais próximo. Ele fará um dimensionamento do sistema fotovoltaico necessário para atender o consumo de energia da sua residência ou comércio. Com base nessas informações, apresentará um orçamento com a definição do número de módulos, a potência do inversor e as proteções necessárias, por exemplo.
Aprovada a proposta, o credenciado dará sequência com a análise do local para instalação do sistema de energia fotovoltaica, levando em consideração a melhor posição solar. A estrutura para fixação varia de acordo com o local, podendo ser para solo ou telhado, sendo que existem diferentes tipos de estruturas para telhados, variando de acordo com cada modelo e estrutura.
Mas antes de iniciar a instalação, é preciso a aprovação da concessionária para microgeração ou minigeração de energia fotovoltaica. A solicitação pode ser feita de forma online, na maioria das concessionárias, enviando os documentos dos equipamentos, o projeto assinado por um responsável técnico e o preenchimento de formulário solicitado pela concessionária local. Após o parecer positivo da solicitação de acesso por parte da concessionária, o credenciado pode dar andamento na instalação.
Com a estrutura de fixação instalada e as placas posicionadas, é hora de associar os módulos fotovoltaicos, constituindo as chamadas strings que, posteriormente, são conectadas através dos cabos solares na caixa de proteção.
O próximo passo é a conexão entre a caixa de proteção e o inversor, considerado o elemento chave, ou o coração do sistema, este que é então ligado na caixa de distribuição de energia do local. “Quando está em funcionamento, o inversor realiza a conversão de energia de corrente contínua para energia de corrente alternada, ou seja, a energia dos módulos é condicionada para ser utilizada na residência e o excedente, que não será consumido, injetado na rede da concessionária,” explica Lucas.
Pronto, com o sistema instalado e produzindo energia elétrica, os créditos excedentes são armazenados pela concessionária e, no momento da leitura, serão descontados na fatura mensal. Os créditos acumulados podem ser utilizados em até 60 meses, dessa forma o consumidor pode utilizar créditos de um período de geração maior para abater consumo de outros período em que a geração foi menor. “É importante considerar que o sistema pode sofrer variações de produção, em períodos de chuva ou em dias mais nublados quando há menores índices de irradiação solar, assim o sistema gera menos. O mesmo ocorre no inverno, quando o sistema, normalmente, gera menos que o verão.” orienta Lucas.
Porém, é importante ressaltar que, não é possível zerar totalmente a conta de luz, isso porque as concessionárias de energia cobram a taxa de conectividade, também conhecida por “taxa mínima”.