Com informações Gazeta do Povo
De acordo com o artigo publicado pelo Gazeta do Povo, convencer um morador de Curitiba a investir em energia solar é difícil. O clima predominantemente nublado ao longo do ano, especialmente nos meses de inverno, nos remete a ideia de que o aproveitamento desse tipo de recurso não seria muito útil. Na prática, porém, cada vez mais pessoas têm aderido ao uso de painéis fotovoltaicas na capital paranaense que, ao contrário da impressão inicial, tem um grande potencial para a geração de energia limpa captada a partir do sol.
Surpreendentemente, Curitiba têm alta incidência de raios luminosos, acima, por exemplo, de Salvador, conhecida pelos dias ensolarados ao longo do ano. Na geração de energia solar, o clima quente em si entra como um fator secundário, como explica Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). “O fator mais relevante para a geração de energia solar fotovoltaica é o índice de radiação. Então se tivermos duas localidades ou dois sistemas, que têm exatamente o mesmo índice de radiação, ou seja, estão recebendo a mesma quantidade de radiação solar, aquele que estiver com uma menor temperatura vai gerar mais eletricidade. O mais importante efetivamente é a quantidade de radiação solar que está chegando até o sistema.”, diz.
Entre 2019 e 2020 Curitiba registrou um aumento de 50% na potência instalada, passando de 6,6 para 9,9 megawatts. Os investimentos acumulados ao longo dos últimos 12 meses na geração de energia solar na capital foram de mais de R$ 60 milhões com a criação de aproximadamente 300 empregos, de acordo com dados da própria ABSOLAR. A geração fotovoltaica centralizada – gerada por grandes centrais – teve um aumento de 18% no Brasil, mais ainda é responsável por apenas 1,6% da matriz elétrica brasileira, gerando 2,9 mil megawatts até o início de julho deste ano.
Neste cenário, o Paraná tem um lugar de destaque, respondendo por 9% desta potência instalada, ocupando a quarta colocação no ranking nacional perdendo apenas para Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, mas a frente, por exemplo, dos estados do nordeste. Fatores como a centralização na distribuição da energia e a facilidade no acesso ao crédito são apontados como determinantes para essa posição.
Alguns fatores como o aumento seguido das tarifas de energia elétrica, a redução nos custos da tecnologia de geração de energia solar e a maior disponibilidade no fornecimento de linhas de crédito para financiamento têm contribuído para o crescimento da modalidade. Os reajustes tarifários, por exemplo, têm ocorrido normalmente acima dos índices de inflação, fazendo com que a energia elétrica represente uma fração cada vez maior nos custos mensais das famílias e das empresas, explica Sauaia.
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