A música do Titãs já dizia: “Família, família. Papai, mamãe, titia, almoça junto todo dia, nunca perde essa mania.” Difícil encontrar alguém que não tenha na família o seu ponto de apoio. E não importa os perrengues, no final é quem está presente em todos os momentos. Esse ano, atípico em função da pandemia de COVID-19, reforçou ainda mais o quanto esse elo é imprescindível e que, inclusive, tem data comemorativa no calendário, em 8 de dezembro.
O colaborador da Renovigi Matriz, Ewerton Burin de 34 anos fez uma nova família de amigos em Chapecó. Natural de Osasco, São Paulo, aceitou uma oportunidade trabalho e se mudou em janeiro de 2017 com a esposa Cibele e os filhos Mateus, Pedro e Joaquim. Juntos há 15 anos, também são pais de Isac de 2 anos e da cachorrinha Poly. Há quatro anos em Chapecó, e pouco menos de um mês na Renovigi, quem olha para o expert em tecnologia se contagia com a alegria e motivação, atribuindo na família a força para enfrentar momentos difíceis.
“Quando você pensa em ter um filho planeja toda uma construção da vida dele. Seus sonhos, o que fará no futuro. Já tínhamos passado uma situação muito difícil com o Joaquim e quando a Cibele estava grávida do Isac recebemos o diagnóstico de síndrome de Down. Ela chorava desesperada e vimos todo nosso planejamento cair por terra,” conta Ewerton. O caçula ficou 30 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, como de imaginar, a família se uniu ainda mais e ofereceu todo apoio.
“Digo que a chegada do Isac nos deu uma nova oportunidade de enxergar a vida. Todos os dias é um passo a mais, a família inteira faz um descobrimento, ou melhor, um redescobrimento de algo novo, e quem traz isso é ele. Nos ensina todos os dias que as coisas não acontecem no nosso tempo e sim no tempo que tem que ser,” diz.
Junto com a mudança o distanciamento da família foi inevitável, mas mostrou que família não é apenas uma conexão de lanços sanguíneos, e sim de amizade, admiração e respeito. A proposta de trabalho surgiu de um desses laços feito com Ieda Kohls, coordenadora da área de Infraestrutura e Tecnologia da Renovigi, com quem já trabalhou e tem profunda admiração.
Leonardo Vetere, de 25 anos, assistente administrativo de suporte da filial Louveira compartilha da mesma opinião. “Família para mim são as pessoas que estão próximas e você tem amor. Às vezes dizem, essa pessoa não é nada sua, mas se você considera ela importante, se têm uma ligação, ela faz parte sim.”
Se a pandemia trouxe insegurança e mudanças significativas na rotina, também oportunizou novos olhares sobre os relacionamentos. A mãe de Leonardo é professora e com as aulas canceladas o tempo em casa aumentou, junto disso, os cuidados e amor em forma de almoços de mãe.
“Essa situação toda me deixou mais saudável, antes cozinhávamos a noite para esquentar no outro dia, agora chego em casa e a comida está quentinha.” Leonardo mora com os pais, mas a intenção é juntar as escovas de dente com o namorado, Ricardo com quem está há cinco anos. Sobre os maiores aprendizados com a pandemia, atribui a valorizar as pequenas coisas. “Nos acostumamos com o dia a dia e esquecemos de reconhecer o quanto é bom estar perto de quem amamos. As vezes brigamos por uma toalha molhada em cima da cama, mas quando ela não estiver lá sentiremos falta,” diz.
Essa maior proximidade também requer organização e calma caso as coisas não saiam conforme o esperado. Edna Canhassi de 32 anos está em home office com o filho, Lorenzo de cinco, desde março quando iniciou a quarentena. Sem aulas, a rotina da família precisou de ajustes e o escritório passou a ser compartilhado. “Ele acorda e já me chama, para ele o dia começa depois de muitos beijos e abraços. Ele quer mostrar as atividades, algo novo que descobriu, quer que eu participe, sinto que isso gera maior confiança”.
A auxiliar de logística da filial Louveira é casada há 10 anos com Daniel e acrescenta que os contras sempre revelam os prós. “Essa pandemia é algo que interferiu na vida de todos, mas o importante é visualizar a parte positiva, de estar junto, as pequenas coisas do dia a dia, como um passeio no final de tarde ou ir à praia e brincar de castelo de areia. Percebo que ele está crescendo e essa fase passa rápido demais.”
Sobre a data comemorado nessa terça-feira, Edna reforça a definição de família como base de tudo. “Tudo o que sentem eu sinto. Sem eles fico sem definição, não consigo lembrar como era mina vida antes”, e acrescenta a possibilidade de conciliar o trabalho com os cuidados do filho. “Sei que nem todas as mães têm essa possibilidade, por isso reforço o quanto a Renovigi teve preocupação, entrei na empresa no início do ano e logo em seguida surgiu a pandemia, tive medo de ser demitida, mas ao contrário, possibilitaram que conciliasse trabalhando em casa, no formato home office.”
Se a situação é difícil e pode parecer sem solução, Ewerton é exemplo em acreditar que a vida vale a pena ser vivida. Com a sogra e a avó em tratamento de câncer, diz existir alguém que zela por nós e aconselha: “Os problemas nos preparam para as vitórias, nos ensinam e fazem enxergar outros horizontes. Olho pra mim, para minha história e fico feliz pelo meu esforço e por tudo que conquistei.”
Izabel Aparecida Guzzon – Jornalista/MTE 5573/SC